Neste fim-de-semana último finalmente aproveitei para fazer uma viagem que já estava há muito pensada. A Bélgica é o país que comporta mais amizades construídas a partir do programa de Intercâmbio que fiz em Macau e foi o único país que não visitei naquela região quando fiz o meu Interrail, dado que passei por França, Inglaterra, Holanda e Alemanha. Obra do destino ou não, tinha que completar aquele recanto da Europa.
É um privilégio ter gente querida à nossa espera com uma disponibilidade invulgar e que coloca todas as comodidades à nossa disposição durante a estadia, o que proporciona uma melhor experiência os locais conseguem fazer os outros olhar para a sua casa com diferentes olhos.
Foi também uma experiência que trouxe algo de novo por ser a minha primeira vez a visitar um lugar novo não apenas com esse propósito e sem uma mala às costas enquanto o tempo que passa a um ritmo alucinante não permite que se visite sem que haja correria.
Posso constatar sem reservas que os Belgas dominam a arte de bem receber, partindo sobretudo da sua cortesia e genuíno tradicionalismo, e um país do qual bem se podem orgulhar.
Estive hospedado na casa do Raffi, um grande amigo que reside em Waterloo, nobre localidade histórica eternizada pela batalha onde as tropas inglesas de Wellington destronaram as forças de Napoleão em 1815 situada nas proximidades de Bruxelas, para sul, e tive sorte, dizem eles melhor que ninguém, com os dias solarengos que me receberam em grande estilo. Correndo o risco de retirar qualquer vestígio de classe neste texto, se é que ele existe, este país é conhecido por alguns como o "Penico da Europa", sendo provável apanhar alguma ou muita chuva quando se visita a Bélgica mesmo em pleno Verão.
No dia em que cheguei, fui conhecer a escola secundária e a Universidade onde o Raffi estudou e trata-se de uma Cidade-Universidade, pois o campus aglomera apartamentos com minimercados, cinemas, bares, bibliotecas, salas de aula e por aí adiante. De seguida era tempo para a primeira refeição em terras de Audrey Hepburn e não hesitei em seguir a recomendação do Raffi, tendo escolhido brochette sauce fine champagne, um prato de carne com um delicioso molho de champagne.O dia seguinte prometia ser cansativo, não tendo ficado nada programado para depois. Dia esse que foi inteiramente passado na região flamenga da Bélgica. É quase como estar no estrangeiro, até para os meus amigos anfitriões, por serem da região Francesa. Fui com o Raffi e com a Charline, que também fala Flamenco e veio de Liége para me ver.
Visitámos Brugges, a cidade que mais ansiava visitar, Oostende e não sobrando tempo para ir a Antuérpia, terminámos o dia com um jantar em Gent. Domingo ficou reservado para, como não poderia deixar de ser, visitar Bruxelas. Muitas fotografias tiradas, locais históricos vistos, deu para matar saudades do Milkshake de Macau, vislumbrar umas quantas aberrações e para presenciar uma manifestação dos Sírios residentes na Bélgica em frente à Bolsa. No fim do dia houve um animado Barbecue na casa do Raffi mais dois amigos de Macau, o Cédric e a Charlotte. Já no dia da partida fiquei a conhecer um pouco mais de Waterloo que tem história para dar e vender e pormenores aparte, estava a chegar a hora de apanhar o avião de volta.
Foi sem dúvida um fim-de-semana e uns dias diferentes do habitual, deu para discutir e pensar em tudo numa perspectiva diferente.
Au revoir!